
O processo de transformação digital que vem sendo observado em diversas empresas nos últimos anos estimulou o surgimento de novas categorias de produtos e serviços ofertados através da Internet, os quais seguem um modelo de contratação recorrente e altamente disponível em diversos tipos de plataforma (desktop, mobile, tv, etc.). A oferta desses recursos computacionais, produtos e serviços digitais se dá em um modelo conhecido atualmente como Cloud Computing ou “Computação em Nuvem”.
Cada vez mais, instituições de todos os portes ao redor do mundo usam ao menos algum serviço disponibilizado por meio de cloud computing em sua operação diária ou ao proverem seus serviços a seus clientes.
Utilizando-se de recursos computacionais amplamente disponíveis, resilientes e capazes de serem redimensionados automaticamente com base na demanda, empresas estão tornando suas operações mais enxutas, com custo reduzido, maior segurança e performance e mais acessíveis ao redor do mundo.
Neste artigo, conheceremos mais sobre o que é Cloud Computing, suas vantagens e desvantagens, tipos de serviços e como você pode se beneficiar ao utilizar esse modelo computacional. Continue a leitura!
O que é Cloud Computing?
Cloud Computing ou Computação em Nuvem é um termo que vem sendo utilizado na atualidade para designar recursos computacionais que são acessados através da Internet para proverem algum produto ou serviço digital.
Embora pareça ser algo bastante recente, o termo computação em nuvem foi criado há mais de 25 anos pelo professor de sistemas de informação Ramnath Chellappa, em uma apresentação realizada por ele em Dallas, no ano de 1997.
Na computação em nuvem, ao invés de uma aplicação digital ser instalada e utilizada em um computador local, ela é hospedada em recursos de infraestrutura computacional acessíveis através da Internet, requerendo então do usuário final apenas uma forma de acessar essa aplicação usando um computador, celular ou tablet conectados à Internet.
Dessa forma, toda a complexidade de se manter uma infraestrutura com centro de processamento de dados ou computadores desktop com diversos programas instalados dá lugar a um ambiente de trabalho enxuto, que utiliza dispositivos com menor capacidade de processamento e providos muitas vezes de apenas um navegador de Internet.
Qual a diferença entre Cloud Computing e On Premise?
Um dos modelos mais comuns para acesso a produtos e serviços digitais é o modelo baseado na arquitetura cliente/servidor. Nesse modelo, um dispositivo (ex: computador, celular) com capacidade de comunicação em rede, utiliza uma aplicação que esteja hospedada em um servidor acessível por meio de uma rede privada (intranet) ou pública (internet). Em outras palavras, o dispositivo solicita informações ao servidor e este responde fornecendo o conteúdo desejado por meio de uma rede de comunicação.
A arquitetura cliente/servidor é utilizada tanto no modelo de computação em nuvem como em modelos mais tradicionais, como o modelo On Premise.
No modelo On Premise, aplicações e serviços digitais são instalados dentro de uma infraestrutura computacional própria, localizada normalmente em locais de propriedade da empresa e mantida por profissionais contratados por ela.
Esse modelo, prevê que as aplicações serão acessadas através de computadores, celulares ou tablets que se conectam a servidores próprios, cuja manutenção, atualização, segurança e performance são de total responsabilidade da empresa.
Há ainda um modelo On Premise que permite abrir mão da necessidade de espaço e infraestrutura próprios para hospedar os servidores em uma empresa terceirizada, que oferece local adequado para a hospedagem, com segurança física, energia, refrigeração e infraestrutura de rede inclusos.
Nesse modelo, conhecido como On Premise com Co-location, a manutenção, atualização e monitoramento do servidor normalmente ainda são de responsabilidade do proprietário, mas aspectos da infraestrutura básica passam a ser terceirizados para a empresa parceira.
Já no modelo em nuvem, os produtos e serviços digitais são hospedados em uma infraestrutura totalmente terceirizada, que além de se responsabilizar pela infraestrutura básica, também é responsável por cuidar do hardware dos servidores, garantindo sua manutenção, substituição e evolução em um modelo quase ininterrupto de operação.
Nessa infraestrutura, aspectos de segurança envolvendo o acesso e a manutenção do hardware também são de responsabilidade da empresa terceira, reduzindo diversas preocupações que você teria ao disponibilizar seu produto ou serviço em uma infraestrutura própria.
Dessa forma, é possível reduzir custos com a compra, manutenção, troca e atualização de equipamentos, bem como com recursos de segurança, espaço físico e profissionais capacitados para manterem toda a estrutura operacional.
Há ainda um modelo híbrido, que combina os modelos de computação em nuvem e o modelo On Premise. Esse modelo normalmente é observado em cenários onde uma empresa ainda esteja migrando sua infraestrutura para a nuvem, possuindo parte da mesma em servidores próprios e outra parte já migrada.
Outro cenário possível para o modelo híbrido seria quando a empresa possui aplicações que por questões de máxima segurança não podem ser acessadas através de uma rede pública (Internet) ou que requerem tempos de resposta muito baixos cuja comunicação em uma rede de longa distância tornem sua operação impossível.
Para esses cenários, ainda assim, notam-se provedores em nuvem que oferecem fibra dedicada em uma rede privada totalmente apartada da Internet, que conecta a infraestrutura da empresa ao datacenter na nuvem, possibilitando a total migração de seus servidores. Contudo, os custos para implementar uma infraestrutura com fibra dedicada e privada até o datacenter de um terceiro normalmente são muito altos, tornando-se impeditivos para muitas empresas.
Vantagens e Desvantagens em migrar para infraestrutura em nuvem
A razão pela qual a computação em nuvem vem ganhando cada vez mais espaço entre as empresas consiste no fato de que ela apresenta muito mais vantagens do que desvantagens. De maneira geral, pode-se citar como principais vantagens os seguintes benefícios.
Redução de custos
A computação em nuvem permite reduzir custos com locação de espaços para centros de processamento de dados, energia elétrica, refrigeração, segurança, infraestrutura de comunicação, redundância, troca e atualização de equipamentos, monitoramento de infraestrutura e todos os profissionais envolvidos com os aspectos citados.
Na nuvem, toda a infraestrutura básica continua sendo necessária e seu custo também reflete esses gastos. Contudo, a infraestrutura básica é compartilhada com várias outras empresas que também contratam o mesmo serviço, de modo que se paga uma fração do gasto de infraestrutura ao invés do custo total da mesma.
Alta disponibilidade dos recursos computacionais
No modelo em nuvem, os recursos computacionais normalmente são virtualizados e apresentam redundância, de modo que ao apresentarem falha, podem ser automaticamente substituídos por outros de forma transparente, sem interrupção dos serviços hospedados.
O custo para prover tal redundância e tolerância a falhas podem ser bem mais elevados em um ambiente On Premise do que no modelo em nuvem, sem contar que no modelo On Premise a disponibilidade de recursos para substituição será bem menor e poderá apresentar interrupção de serviço.
Variedade de recursos computacionais
Através do modelo em nuvem é possível ter acesso a uma gama muito maior de recursos computacionais, permitindo selecionar os mais adequados para cada tipo de aplicação ou cenário computacional que a empresa possua.
Dessa forma, não é necessário gastar milhares de reais com a aquisição de equipamentos de altíssima capacidade para que eles possam ser capazes de atender aos diversos cenários possíveis que a empresa possa ter.
Escalabilidade
Em um ambiente em nuvem, é possível configurar os recursos computacionais de modo que possam ampliar sua capacidade de forma automática e baseada na demanda. Por exemplo, se uma promoção estiver sendo realizada pela empresa, os servidores da mesma podem sofrer uma sobrecarga de acessos e exigirem mais poder computacional, o que pode facilmente ser resolvido com a adição de novos servidores do ambiente em nuvem em poucos segundos.
Da mesma forma, em situações de baixa no consumo de recursos computacionais, servidores podem ser liberados. Tal flexibilidade não é possível em ambientes On Premise, uma vez que para escalar os recursos computacionais é necessária a aquisição de mais equipamentos, os quais após atenderem ao cenário de sobrecarga podem não ser mais necessários, mas ainda assim representarão um custo devido à sua aquisição.
Segurança da Infraestrutura
As empresas que prestam serviços em nuvem apresentam equipes especializadas para garantir a segurança física e digital dos recursos computacionais contratados, sendo que a maioria deles possuem até mesmo diversas certificações internacionais que atestam que elas estão em conformidade com as melhores práticas de segurança do mercado.
Embora as vantagens da adoção de ambiente em nuvem sejam enormes, existem alguns pontos de atenção ao se adotar esse modelo. Em geral, pode-se citar:
Indisponibilidade dos recursos computacionais
Os recursos em nuvem podem ficar indisponíveis por falhas ocasionadas pela empresa que presta o serviço ou por problemas de Internet que impossibilitem acessar os recursos na nuvem. Em ambos os casos, resta aguardar o restabelecimento dos serviços comprometidos por parte dos prestadores, não sendo possível operar até a retomada dos mesmos.
Dessa forma, nota-se a importância em escolher um parceiro de cloud e de Internet que garanta alta disponibilidade do serviço, bem como um contrato de suporte com baixo tempo de resposta. Alguns dos provedores de cloud mais conhecidos e confiáveis são AWS, Google Cloud e Microsoft Azure. A Tokenlab, por exemplo, é parceira da AWS e possui profissionais capacitados para implementar as soluções mais adequadas em nuvem.
Acesso limitado aos recursos computacionais
Dado que toda a infraestrutura é de propriedade e responsabilidade da empresa de cloud computing, modificações nos recursos computacionais ou configurações mais específicas dos mesmos podem não ser possíveis, inviabilizando a operação conforme ela ocorria no modelo On Premise.
Dificuldade de migração entre fornecedores
Uma vez completa a migração da infraestrutura computacional para um provedor de nuvem, é mais difícil fazer novamente a migração para outro provedor, dado que os serviços oferecidos por cada um podem não serem os mesmos ou exigirem muitas adaptações.
Maior exposição a ataques
Provedores de computação em nuvem são bastante conhecidos e alvo de ameaças hackers diariamente. Dada essa exposição, sistemas migrados para a nuvem podem ser mais facilmente identificados e explorados, o que exige um trabalho redobrado de revisão de políticas de segurança, autenticação e acesso.
Mesmo havendo algumas desvantagens, nota-se que as vantagens de adoção do ambiente em nuvem são muito superiores e podem trazer benefícios para as empresas.
O Hugo Carvalho, CTO da Divibank, empresa da qual a Tokenlab é parceira, cita, por exemplo, como principais vantagens de ter adotado cloud na empresa, a possibilidade de utilizar-se de diversos serviços prontos para construir soluções digitais e também a capacidade de iniciar um novo projeto utilizando-se poucos recursos computacionais e facilmente escalá-los quando o mesmo ganhar maior tração.
Segundo Hugo: “A nuvem traz uma série de bloquinhos de tecnologias já prontos. Basta apenas “plugar e usar”. Se a gente fosse implementar toda aquela complexidade, levaria muito mais tempo para ficar pronto. Um exemplo disso seria um storage para guardar objetos de forma segura e com alta durabilidade e disponibilidade. Para implementar isso manualmente, precisaríamos de um datacenter ou um collocation, investir em infraestrutura e cálculos de disponibilidade, ao passo que se usar um serviço como o S3, da Amazon, por exemplo, podemos chamar uma API e armazenar os objetos com alta durabilidade e disponibilidade, bastando algumas poucas linhas de código e sem ter que se preocupar com a infraestrutura”.
Ele ainda complementa dizendo: “Outra vantagem que vejo é a possibilidade de construir algo que cresça ou diminua conforme a demanda, podendo então começar com uma solução pequena e testar se ela funciona. Depois, se a quantidade de usuários aumentar, a própria cloud, se estiver bem configurada, vai escalar de acordo com a demanda e só pagaremos pelo que será usado, tornando muito mais flexível do que fazer um grande investimento em um parque de máquinas e no final descobrir que não será necessário utilizar todos aqueles recursos”.
Como é possível notar, muitas empresas estão se beneficiando dos recursos disponibilizados nos ambientes em nuvem, otimizando custos e entregando soluções digitais com mais agilidade, escalabilidade e segurança. A Tokenlab se especializou ao longo dos anos em desenvolver, migrar e evoluir sistemas para operarem nos principais provedores de cloud existentes, ajudando seus clientes a reduzirem custos, melhorarem performance e aumentar a satisfação de seus usuários